quinta-feira, maio 19, 2005

Necrochorume

Cemitérios devem adequar-se à nova norma.

Terminou o prazo para que os Cemitérios se adequem à nova legislação ambiental em vigor. Segundo a Resolução CONAMA 335 de 03 de abril de 2003 todos os Cemitérios devem, num prazo de 180 dias a contar da data da publicação dessa Resolução, procurar o Órgão Ambiental Competente para assinar um Termo de Adequação do projeto.


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Como os cemitérios podem contaminar as águas subterrâneas

Os cemitérios podem ser fonte geradora de impactos ambientais. A localização e operação inadequadas de necrópoles em meios urbanos podem provocar a contaminação de mananciais hídricos por microrganismos que proliferam no processo de decomposição dos corpos. Se o aqüífero freático for contaminado na área interna do cemitério, esta contaminação poderá fluir para regiões próximas, aumentando o risco de saúde nas pessoas que venham a utilizar desta água captada através de poços rasos.

As amostras de água do aqüífero freático do cemitério de Vila Nova Cachoeirinha apresentaram, principalmente, bactérias heterotróficas (53 x 103 UFC/mL), bactérias proteolíticas (31 NMP/100 mL) e clostrídios sulfito-redutores (45 NMP/100 mL). Também foram encontrados enterovírus e adenovírus nas amostras. As principais fontes de contaminação das águas subterrâneas no cemitério são as sepulturas com menos de um ano, localizadas nas cotas mais baixas, próximas ao nível freático. Nestes locais, é maior a ocorrência de bactérias em geral. Há um grande consumo do oxigênio existente nas águas. As sepulturas ainda provocam um acréscimo na quantidade de sais minerais, aumentando a condutividade elétrica destas águas. Parece haver um aumento na concentração dos íons maiores bicarbonato, cloreto, sódio e cálcio, e dos metais ferro, alumínio, chumbo e zinco nas águas próximas de sepulturas.

As bactérias são transportadas poucos metros, diminuindo em concentração com o aumento da distância à fonte de contaminação. Os vírus parecem ter uma mobilidade maior que as bactérias, podendo atingir algumas dezenas de metros no aqüífero freático do cemitério de Vila Nova Cachoeirinha. Os vírus foram transportados, no mínimo, 3,2 m na zona não saturada até alcançar o aqüífero.

www.igc.usp.br/subsites/cemiterios/cemit.php

Coordenador: Prof. Dr. Alberto Pacheco (apacheco@usp.br)

Pesquisador: Eng. Dr. Bolivar A. Matos (bolivar@ana.gov.br)


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Cemitérios - Fonte de Contaminação

"Poucos imaginam, mas os mortos são capazes de se tornar perigosos poluentes. É que o processo de decomposição de um corpo, que ao todo leva em média dois anos e meio, dá origem a um líquido chamado necrochorume. Este composto é eliminado durante o primeiro ano após o sepultamento. Trata-se de um escoamento viscoso, com a coloração acinzentada que com a chuva pode atingir o aqüífero freático, ou seja, a água subterrânea de pequena profundidade. O geólogo e professor da Universidade São Judas Tadeu, de São Paulo, Lezíro Marques Silva, que há quase 30 anos dedica-se a pesquisas sobre o tema, verificou a situação em 600 cemitérios do País e constatou que cerca de 75% deles poluem o meio ambiente. Ora por não tomarem o devido cuidado com o sepultamento dos cadáveres, ora pela localização em terrenos inapropriados. Ele aponta, por exemplo, o limite de dois metros acima do lençol freático para o sepultamento de um morto. O necrochorume é formado por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas, duas delas altamente tóxicas: a putresina e a cadaverina. "Em São Paulo há vetores transmissores da poliomielite e da hepatite e as pessoas que não têm acesso à rede pública de abastecimento e utilizam poços é que são afetadas. Se em São Paulo a situação já é grave, imagine nos cantões do País?", questiona o professor."

http//:www.terra.com.br/istoe/Reportagens/cemiterio.htm


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“Em cerca de 75% dos cemitérios públicos há problemas de contaminação e,
nos particulares, o índice é de 25%”
Lezíro Marques Silva

"Quase todos os cemitérios públicos podem apresentar problemas hidrogeoambientais, ou seja, contaminação das águas subterrâneas (lençóis freáticos) pelo necrochorume, líquido eliminado pelos corpos no primeiro ano do sepultamento.O sinal de alerta tem sido dado pelo geólogo paulista Lezíro Marques Silva, que pesquisa o assunto desde 1970. Para sua pesquisa o professor percorreu 600 cemitérios municipais e particulares em todo o Brasil, encontrando um quadro no mínimo preocupante: “Em cerca de 75% dos cemitérios públicos há problemas de contaminação e, nos particulares, o índice é de 25%”, afirma, complementando que não registrou qualquer preocupação das autoridades com essa questão

Segundo o pesquisador, o cadáver de um adulto, pesando em média 70 quilos, produz cerca de 30 litros de necrochorume em seu processo de decomposição. Esse líquido é composto por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas, entre as quais algumas bastante tóxicas, como a putrefina e a cadaverina: um meio ideas para a proliferação de substâncias responsáveis pela transmissão de doenças infecto-cotagiosas, entre elas a hepatite e a poliomielite.Em razão dessas características peculiares, esses microorganismos podem proliferar num raio superior a 400 metros do cemitério. Lezíro Silva explica que o necrochorume é facilmente absorvido pela água e, por isso, a contaminação é problemática, principalmente, nos locais onde o abastecimento se dá por poços ou cisternas: “Além da contaminação, a má localização dos cemitérios é outro fator de dificuldade, pois o estado inalterado de alguns corpos – a exemplo da ocorrência de fenômenos como a saponificação (o corpo não se decompõe), nos locais onde o terreno é úmido, e a mumificação, em locais de solo arenoso – obrigam à expansão da área o que ganha contorno dramático nas grandes cidades."

http://br.share.geocities.com/cemite/impactos.htm


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"Sobre a Resolução CONAMA acho um avanço, mas algumas pessoas reclamaram que havia muitos donos de cemitéios no Conselho que elaborou a lei."

"Os riscos a saúde e ao meio ambiente ocorrem com o líquido de decomposição provenientes dos cadáveres (necrochorume ou produto da coliquação) gerando a contaminação do aqüífero (lençol) freático.

Em média um cadáver de 80 kilos emite 30 litros de necrochorume, e nesse caldo maldito (música do Ratos de Porão, Necrochorume Caldo Maldito) temos a cadaverina, a putrescina, a salmonella, provocando febre tiffóide, diarréias, etc."

Eduardo Coelho Margado Rezende - Bacharel/Licenciado em Geografia / USP
www.necropole.hpg.com.br